Infelizmente, é um assunto que não queríamos abordar em nosso blog nem hoje e nem nunca. Somos completamente contra qualquer ação que venha tirar a vida de inocentes.
Paz sempre!
Porém, é sabido que eclodiu uma guerra entre duas nações, Rússia e Ucrânia, gerando receio de uma possível 3ª Guerra Mundial. O que não seria bom para ninguém.
E como fica o agronegócio em meio ao conflito? Sobre isso que falaremos neste artigo: um apanhado geral sobre as consequências que a guerra poderá causar ao agronegócio brasileiro.
A guerra deixará rastros na lavoura brasileira?
Seria muito cedo afirmar algo olhando apenas para uma bolha de incertezas. Mas com um mundo cada vez mais globalizado e com a economia dinâmica, fica claro que, uma hora ou outra, a guerra irá interferir em outros países, mesmo que distantes.
Isso se dá pela dependência existente entre as nações. Por exemplo, o Brasil exporta grãos para outras nações e outras nações exportam insumos para que o Brasil possa cultivar esses grãos.
A cadeia de produção é suprida por produtos oriundos de outros países. Portanto sem insumos, sem grãos.
Como a Ucrânia e a Rússia estão em guerra, a produção dos insumos fornecidos por esses países será reduzida ou acabará, gerando uma redução nas ofertas e, consequentemente, um aumento nos preços como um todo e provável queda no volume produzido.
Acabei fazendo um resumão da problemática, mas ainda iremos destrinchar cada parte e falar um pouco sobre o “efeito compensatório” de tudo isso. Então continue na leitura e entenda por que existe a criação de oportunidade para o agronegócio brasileiro com a guerra.
Lembre-se: somos completamente contra a guerra!
A guerra e as incertezas no agronegócio.
Mais cedo ou mais tarde, os efeitos da guerra atingirão o bolso e a mesa do brasileiro. Para se ter uma ideia e reafirmar o que já falamos anteriormente, o Brasil importa 90% dos fertilizantes utilizados na agricultura do país e grande parte dessa porcentagem tem origem nas nações envolvidas no conflito.
Para se ter uma ideia dos danos, o produtor rural, que já estava lutando contra um aumento exorbitante no preço dos fertilizantes, ainda terá de lidar com a possibilidade de mais aumento de preços juntamente com a escassez de produtos no mercado, como ureia e potássio.
E o problema não é só a questão da produção. A logística também está um caos, já que os portos não estão conseguindo escoar o que já foi produzido.
Vale destacar que a Rússia é uma grande produtora de trigo e a Ucrânia, de milho. Com os conflitos a oferta mundial desses itens tende a diminuir, pressionando os preços destas commodities.
Imagine só: se falta milho, falta ração para a pecuária, avicultura e suinocultura, ou seja, o preço da carne também dispara.
O economista Fabio Silveira, sócio da consultoria Macro Sector, afirma que o cenário não é nada favorável ao produtor rural brasileiro, pois a rentabilidade na lavoura já estava decrescente antes da guerra e, agora, a tendência é diminuir ainda mais, tendo em vista que os preços da soja e do milho não estão acompanhando o aumento de custos dos insumos para compensá-los.
Realmente existe muita insegurança no agronegócio e tudo indica que a dinâmica produtiva da safra 2022/2023 será bastante alterada.
Efeito compensatório: tira com uma mão, devolve com a outra.
O efeito compensatório, quando falamos em fisiologia, é um mecanismo que o nosso corpo recorre para equilibrar as substâncias que são utilizadas como combustível nas atividades físicas. Ou seja, é a compensação da energia que foi utilizada pelo nosso corpo por outra fonte energética para suprir nossas necessidades.
E por isso estou utilizando o termo “efeito compensatório”, para ilustrar o que pode acontecer com o agronegócio brasileiro, caso a guerra entre Ucrânia e Rússia continue.
Um exemplo, como já citamos, é a possibilidade da oferta de milho diminuir devido a baixa exportação da commodity pela Ucrânia e Rússia. Para compensar, aconteceria uma valorização do milho brasileiro no mercado externo e uma possível abertura do mercado com a China, o que acaba sendo uma vantagem para os produtores rurais brasileiros.
Falamos que o grande desafio seria a falta de fertilizante disponibilizado pelos nossos principais fornecedores, não é verdade? Em compensação, o Governo Brasileiro lançou o Plano Nacional de Fertilizantes, que incentiva a produção nacional desse produto, promovendo a tão sonhada independência da importação desse insumo.
Outro fator favorável à economia brasileira seria a entrada de capital estrangeiro em busca de investimento na Bolsa de Valores, especialmente nas empresas ligadas à produção de alimentos.
Tira com uma mão, devolve com a outra.
Ficamos na torcida para que o conflito seja resolvido de forma rápida, que a paz seja restabelecida, que a pandemia se mantenha controlada e que os reflexos disso tudo sejam os menos danosos possíveis.
Boa sorte para todos nós!
Por Roberto Barros – Analista de Conteúdo na Agência Inusitada