Seja bem-vindo à nova era do agro e do marketing
O novo normal já tem acontecido há alguns anos, porém muitos acreditam que ele só chegou após a pandemia, pois com as restrições aplicadas pelos governantes tivemos que nos adaptar ao trabalho remoto, às vídeo conferências e às compras on-line.
De certa forma isso acabou fazendo bem às empresas que têm buscado fazer a transformação digital do seu negócio como, por exemplo, a criação de novos canais digitais de venda.
“Independentemente do setor, o uso de novas tecnologias é fundamental para o desenvolvimento de negócios mais produtivos, eficientes e competitivos.”
O produtor rural também tem percebido isso e muitas coisas estão mudando no agronegócio. Por exemplo, de acordo com o estudo “A mente do agricultor brasileiro na era digital“, realizado pela McKinsey & Company, 53% dos agricultores brasileiros já usam ou desejam usar algum tipo de tecnologia de agricultura de precisão. Para esse estudo, foram ouvidos 750 agricultores, representando 5 culturas e 11 estados diferentes.
Outro dado interessante é que 71% dos agricultores entrevistados afirmaram usar diariamente canais digitais para questões relacionadas à fazenda e na busca de informações. A McKinsey aponta que isso faz parte de uma transformação também no perfil do produtor rural, agora mais digital. Uma nova geração entra no campo, mais antenada com as tendências de inovação e mais exigente por novas tecnologias. Por isso é tão importante ter maiores investimentos em informação e comunicação por parte das empresas que vendem soluções tecnológicas para o agronegócio.
Além da transformação digital no campo, outro desafio do agronegócio está na comunicação. De acordo com uma pesquisa da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (ABERJE), o setor investe pouco, se comparado, por exemplo, à indústria farmacêutica ou à automobilística.
Baseado na pesquisa da Associação Brasileira de Marketing Rural & Agronegócio (ABMR&A), o produtor agropecuário tem utilizado mais a internet. No final da década de 90, apenas 3% dos empresários e produtores rurais a acessavam. Após 10 anos, esse percentual foi para 40% — destes, 92% já utilizam as redes sociais.
“Isso mostra uma clara tendência no uso de plataformas, como Facebook, Instagram, YouTube, Google, WhatsApp e LinkedIn, para a divulgação de produtos ou serviços do setor.”
Utilizando as redes sociais de forma eficiente, o agromarketing consegue ajudar empresas a inovar e a fortalecer sua marca no mercado. Como revela Hamilton dos Santos, diretor geral da ABERJE, apenas 6% das empresas no agronegócio têm orçamento de comunicação equivalente à média das indústrias automobilística e farmacêutica. E estamos falando de um setor cujo valor bruto da produção supera os R$ 700 bilhões por ano, segundo estimativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Isso afeta não só a capacidade de conquistar o consumidor final, como também de gerar negócios dentro do próprio setor. Voltando ao estudo da McKinsey, ele mostra que há pouca fidelidade às marcas na compra de insumos e maquinário pelo produtor rural.
“Preço e qualidade são os principais atributos avaliados por ele. Nesse sentido, as empresas que vendem ao agro devem intensificar o investimento em marketing para mostrar sempre por que são a melhor opção.”
Gerenciar uma empresa de forma estratégica exige que as equipes de marketing e vendas trabalhem juntas e tenham um fluxo de trabalho comum, para que seja possível alcançar mais resultados e o aumento das vendas. Não deve existir um clima de competição, com equipes fazendo cada uma a sua parte do trabalho, de forma isolada.
Na era digital, planejamento e um fluxo adequado de trabalho são princípios básicos para ter um bom negócio gerando lucros.
Ao contrário do que se pensa, os setores de Marketing e Vendas não representam etapas diferentes da jornada de compras, mas sim complementares. Na prática, os dois setores precisam trabalhar juntos para dar sequência ao trabalho feito na prospecção de novos clientes. Quando isso não acontece, muitas vezes não há o contato comercial adequado ou a venda não é fechada porque o lead não estava pronto para fazer uma compra naquele momento.
Não importa o tamanho da equipe, se ela está alocada dentro do seu espaço ou é uma agência terceirizada. A comunicação e o planejamento dessas duas áreas precisam ser conjuntos, uma complementando a outra. Porém, nem sempre é simples saber o que fazer e quais os passos a serem dados para realizar essa integração.
Espero que com a leitura desse artigo você comece a pensar sobre alinhar estratégias de vendas com as estratégias de marketing e comunicação da sua empresa do agro e assim ter melhores resultados.
Abraços e até a próxima.
Por Francis Barros – Diretor de Novos Negócios da Agência Inusitada Marketing para o Agro